Há pouco mais de um ano resolvi desbravar o mundo que existe dentro de mim.
Muitas vezes o dia a dia, o trabalho, os amores, os amigos e a família nos cobrem de tanto amor, conforto e elogios que esquecemos de enfrentar nós mesmos.
Esse foi o maior motivo de ter aceitado esse desafio: queria conhecer minhas fortalezas, minhas fraquezas, saí em busca da minha verdade, das minhas paixões, dos meus sonhos e das minhas crenças.
Quando vivemos sozinhos -aprendemos na prática- que não há pra onde correr, temos que enfrentar, respirar e resolver, seja a torneira estragada ou mau humor matinal, pois a culpa e o problema são nossos e não tem como coloca-los em ninguém.
Foram muitos domingos longos em que cozinhar deixou de ser obrigação e virou magia, um hobby muito gostoso e detestável – a depender do humor e do ânimo, claro.
Aprendi – a contragosto – a importância de ser boa em lidar com dinheiro e o quanto ele deve ser olhado com respeito e atenção.
Descobri o poder da meditação do silêncio, da paciência e das plantas.
Aceitei que listas de compra e tarefas são verdadeiros e abençoados manuais de sobrevivência. E acredite: siga- as corretamente como um plano de voô! Assim como os lembretes de dias de pagamento.
Descobri como um bom livro pode ser um ótimo companheiro, os filmes podem salvar os fins de semana, e como as novelas são realmente detestáveis (quando se mora sozinho isso fica muito evidente), e o melhor, depois dessa experiência você nunca mais terá problemas em dizer de prontidão quais são suas músicas preferidas.
Vizinhos! São presentes que a vida coloca em nosso caminho, devemos abraçar, acolher e ter a certeza que um dia precisaremos deles, e precisaremos! Melhor ainda, quando eles precisam de nós e podemos servi-los. 🙂
E o mais importante, aprendi a dar valor de um jeito diferente, especial e muito forte à minha família, que sempre abraçou e apoiou minhas sandices.
Amigos, jamais esquecerei aqueles que realmente embarcaram comigo nessa viagem, são leais, companheiros e incansáveis em fazer os meus dias mais alegres e participar mesmo que de longe dessa minha aventura.
Família e amigos que eu fazia questão de viajar, mesmo que por horas, pra encontrar, conversar, e ver
Por fim, acredito que morar sozinho deveria ser lei registrada em cartório, pois vejo como atalho para a descoberta de quem somos, uma forma efetiva de aprender a respeitar o espaço do próximo e o nosso, uma caminho difícil e imbatível de autoconhecimento, evolução e muito aprendizado.
Para os que me perguntam se eu recomendo essa experiência eu sempre digo com os olhos brilhando: ” Vá logo!E não pense duas vezes!Pois não há nada mais gostoso que aprender a conviver e amar nós mesmos!”
Artigo escrito por: Flaviane Afonso
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